Agropecuária do Estado contraria tendência nacional e continua em ascensão, enquanto no país como um todo, a previsão é que produção de grãos caia 5,3%, na Bahia é esperado um crescimento em torno de 14,5%.
Os números estão cada vez mais consolidados. Apesar da queda na produção de 14 dos 26 produtos agropecuários pesquisados pelo IBGE, a Bahia deve ter uma safra recorde de grãos em 2018.
A previsão é de que os agricultores baianos produzam 14,5% a mais do que no ano passado. Vão ser mais de 9 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas.
O crescimento deve atingir várias lavouras como a de fumo (+123%), Mamona (+112%) e trigo (+400). Mas os destaques mais significativos e imediatos para a economia estão sendo registrados nas plantações de milho (+28%), cana de açúcar (+44,8) e algodão (37%), considerados commodities, ou seja, produtos para exportação.
A soja, que terminou de ser colhida no Oeste, também deve ter uma elevação de produção de 12,3% em relação ao ano passado. É um percentual 3,5% maior do que havia sido estimado em junho. Do Oeste da Bahia devem sair mais de 5 milhões e 767 mil toneladas do grão. São 195 mil toneladas a mais do que era esperado no início da colheita.
Para os agricultores, a alta na produção é o resultado de um conjunto de ações realizadas nos últimos anos.
“Foi uma estratégia que envolve melhoria da fertilidade do solo, da qualidade das sementes, de aplicação dos produtos, do programa fitossanitário da ferrugem. Juntamente com isso veio o volume de água e a quantidade ideal de luz e calor, que culminaram com este grande volume de produção que saí do campo”, diz Luiz Pradella, vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia, AIBA.
O Oeste da Bahia tem um papel fundamental no agronegócio
No Oeste, a colheita da soja já foi concluída, a do milho está na fase final e o algodão segue em andamento. Segundo Pradella, a safra tem surpreendido até mesmo alguns produtores.
“A lavoura foi evoluindo, é algo acima da média do que se tinha costume de colher. Então os números vêm crescendo juntamente com a safra que vem se concretizando no campo. Muitos produtores foram surpreendidos ainda quando colocaram as colheitadeiras e viram que a produtividade estava maior do que o esperado naquele momento”.
Logística
Outro fator que contribuiu para o resultado inesperado envolve logística.
“Muitos produtores armazenam em silos bags ou em outras formas que não permitem o controle exato da safra. Então este número também revela uma falta de estrutura, o que mostra que a nossa região precisa evoluir muito em questão de estruturação de silo, balanças e armazenamento dos produtos da região”, acrescenta Pradella.
Este é o sexto mês seguido que o IBGE estima para cima a produção agrícola baiana. O Levantamento da Produção é feito com base nos dados fornecidos pelas Comissões Municipais de Estatísticas Agropecuárias, que reúnem as secretarias municipais de agricultura e entidades não governamentais, como associações e sindicatos rurais. À medida que os agricultores vão colhendo, as estimativas vão sendo levantadas para planejar as próximas safras e fazer previsões de estoques de alimentos.
Com os bons resultados, a Bahia se mantem como oitavo maior produtor nacional, representando 4,1% do total de alimentos produzidos no país.
Para os especialistas, o desempenho do segmento também é importante para a economia geral.
“Este resultado é um indicador da expansão da produção, repercute no cálculo do PIB agropecuário, mas também no valor global do PIB da Bahia. O PIB indica como se comportou a economia em um determinado período em termos de valores monetários, descontada a inflação. O levantamento do IBGE sinaliza que o agronegócio está com força econômica, e isso é importante para um setor que representa hoje mais de 9% do valor agregado da economia do Estado”, afirma Pedro Marques, analista técnico da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.
As condições climáticas no Oeste da Bahia
As condições climáticas influenciaram, mas outros fatores também são apontados como responsáveis pela queda na produção.
“Se as condições climáticas favoreceram os grãos que têm força no Oeste, por outro lado provocaram algumas perdas em outras regiões, principalmente no caso da mandioca. Além disso tem o fator de substituição de lavouras menos rentáveis por outras mais rentáveis. É o caso dos agricultores que estão preferindo culturas mais vantajosas, mais valorizadas e mais estáveis. Eles trocam de cultivo. Muitos deixaram de produzir feijão por exemplo”, afirma Mariana Viveiros, Supervisora de Informações do IBGE
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Fonte: Correio da Bahia e AIBA (Assossiação de Agricultores e Irrigantes da Bahia)