Existe um pedaço de terra no Brasil onde as oportunidades de negócios aparecem a cada dia e os investimentos crescem a todo vapor. Esse lugar é o Matopiba, sigla que identifica uma região que engloba a maior parte do estado do Maranhão, todo o território do Tocantins, o Sudoeste do Piauí e o Oeste da Bahia. Essa área forma um espaço homogêneo, onde existe água em abundância e cujo bioma é o Cerrado. É considerada a última fronteira agrícola do País, onde o agronegócio floresce e impacta diretamente as atividades comerciais e de serviços.
No Matopiba moram mais de seis milhões de pessoas, sua área é quase três vezes maior que o estado de São Paulo, e a região, que já responde por mais de 10% da safra nacional de grãos, deve triplicar a produção nos próximos anos, segundo informações da Embraba (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
A Bahia é o maior produtor de grãos do Matopiba, com mais de 50% da produção de soja, e o maior produtor de algodão. A safra de algodão este ano deve atingir 1,5 milhão de toneladas (caroço e pluma), correspondendo a 23% da safra a ser colhida pelo País – 93% da cotonicultura baiana está concentrada no oeste do estado. Cerca de 60% dessa produção do Oeste vai para exportação e o restante preferencialmente para o Norte e o Nordeste, mas o impacto se dá diretamente na região onde as cidades veem se multiplicar os negócios no comércio, nos serviços e em toda a cadeia econômica.
A produção de grãos cresce em todo o Matopiba, mas a liderança está com dois municípios baianos: Formosa do Rio Preto e São Desidério, embora muitos outros ostentem produção e produtividade de fazer inveja aos grandes produtores nacionais. E outros dois municípios do Oeste da Bahia, além de serem grandes produtores, se posicionam como líderes urbanos do Matopiba: Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, que, juntos, apresentam o maior PIB da região, da ordem de R$ 8 bilhões, o quinto maior PIB da Bahia. Luís Eduardo Magalhães tornou-se também o quinto maior PIB per capita do estado e seu crescimento nos últimos 10 anos é de fazer inveja aos chineses.
Naturalmente, existem muitos desafios a serem vencidos tanto na região do Matopiba quanto nos municípios baianos nela inseridos, especialmente no que se refere à infraestrutura de apoio à produção, inclusive no escoamento da produção que ainda se coloca como um dos principais gargalos que impedem um crescimento mais acelerado.
Mas também nesse quesito a Bahia pode sair na frente, pois se a Ferrovia Oeste-Leste for concluída – não somente o primeiro trecho, ligando Ilhéus a Caetité, mas fundamentalmente o segundo trecho, unindo Caetité a Barreiras e daí ao tronco da Ferrovia Norte-Sul – um corredor de exportação agrícola se formará. Com isso boa parte da produção do Matopiba – que deve chegar a 35 milhões de toneladas nos próximos 10 anos – sairia pelo Porto Sul, na região de Ilhéus, beneficiando uma imensa região da Bahia.
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